BATERIA DE QUESTÕES DE HISTÓRIA – 2º ANO

Junho 20, 2024 0 Por Claudio Almeida

OBRIGATÓRIA PARA OS ALUNOS EM RECUPERAÇÃO PARALELA.

ENTREGA: 08/07.

01. (UFF) A abolição do tráfico africano pode ser considerado um dos principais fatores explicativos do definhamento progressivo do escravismo no Brasil. Privada da fonte atlântica de abastecimento de cativos, a classe senhorial do Império teve que apelar para o tráfico interno entre as províncias. Deste se beneficiou o sudeste, região que concentrava 87% da população cativa do país entre 1870 e 1880. No ano de 1887, às vésperas da Abolição, 15% da população cativa estava na província de São Paulo.

Assinale a opção que caracteriza melhor a dinâmica da economia cafeeira no século XIX em função do problema da mão-de-obra.

a) A cafeicultura do oeste paulista ancorada nas colônias de parceria não se baseou no trabalho livre, mas em relações semi-escravistas, como demonstra a revolta dos imigrantes de Rio Claro na década de 40.

b) A abolição do tráfico africano conduziu ao reforço da escravidão nas antigas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, sobretudo no Vale do Paraíba, ao contrário do ocorrido em São Paulo, cujos cafeicultores optaram, desde logo, pelo trabalho assalariado de imigrantes.

c) A abolição do tráfico africano não conduziu, de imediato, à crise do escravismo, uma vez que a população cativa do país aumentou extraordinariamente até a década de 80, sobretudo no sudeste, graças ao crescimento vegetativo ocorrido entre africanos e crioulos.

d) A crise da economia cafeeira no Vale do Paraíba Fluminense deveu-se mais ao desgaste dos cafezais plantados em encostas, do que à falta de braços para a lavoura, ao passo que, no oeste paulista, a abundância de solos de “terra roxa” e o trabalho dos colonos impulsionaram a cafeicultura da região.

e) A expansão cafeeira no sudeste desenvolveu-se com base no trabalho escravo, inclusive no oeste paulista, não obstante ali se tenha adotado, em larga escala, o trabalho juridicamente livre de imigrantes ao longo dos anos 80.

02. (UFPE) Durante o século XIX, a economia brasileira continuou essencialmente agro-exportadora. O surgimento de uma nova cultura deslocou o centro econômico do país de uma região para outra, porque:

a) A expansão do mercado internacional do algodão deslocou para o Maranhão os capitais aplicados no tráfico negreiro, tornando esta região um grande setor econômico.

b) O Nordeste perdia para a Região Norte grandes contingentes populacionais, tendo em vista a importância da borracha para o comércio de exportação.

c) O café, ao se tomar o produto de exportação mais rentável, transformou a região Sudeste no centro econômico mais importante do país, desequilibrando a relação de poder no Império.

d) A cultura do cacau associada à da cana-de-açúcar do Recôncavo Baiano deslocou para a região Nordeste capitais empregados a exploração das minas.

e) O crescimento das exportações de açúcar tornaram a região Nordeste o centro econômico mais produtivo durante todo esse período.

03. (UFPE) A Independência do Brasil despertou interesses conflitantes tanto na área econômica quanto na área política. Qual das alternativas apresenta esses conflitos?

a) Os interesses econômicos dos comerciantes portugueses se chocaram com o “liberalismo econômico” praticado pelos brasileiros, subordinados à hegemonia da Inglaterra.

b) A possibilidade de uma sociedade baseada na igualdade e na liberdade levou a jovem nação a abolir a escravidão.

c) As colônias espanholas tornaram-se independentes dentro do mesmo modelo brasileiro: monarquia absolutista.

d) A Guerra da Independência dividiu as províncias brasileiras entre o “partido português” e o “partido brasileiro” , levando as Províncias do Grão-Pará, Maranhão, Bahia e Cisplatina a apoiarem, por unanimidade, a independência.

e) Os republicanos, os monarquistas constitucionalistas e os absolutistas lutaram lado a lado pela independência, não deixando que as suas diferenças dificultassem o processo revolucionário.

04. (UFPE) Após a Guerra do Paraguai, os temas mais polêmicos debatidos no parlamento brasileiro eram a(s):

a) abolição da escravidão e a nova estratégia militar para a ocupação do Paraguai e Uruguai;

b) abolição da escravidão e a legitimidade do poder absoluto do imperador;

c) Lei do Ventre Livre e o novo liberalismo econômico;

d) abolição do Tráfico Negreiro e a propaganda republicana;

e) Leis do Sexagenário e do 13 de maio, e o Positivismo.

05. (PUC-PR) A respeito da economia e da sociedade no Segundo Reinado (1840-1889), complete as lacunas e assinale a alternativa correta:

O café foi o principal produto de exportação do período, tendo na Província do Rio de Janeiro mão-de-obra basicamente __________. Em função da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, na década de 1860 o açúcar foi superado pelo(a) ________. Ocorreu a substituição da mão-de-obra escrava pelo trabalho do imigrante europeu na Província de(a) __________, sendo que inicialmente se lhes aplicou o sistema de trabalho denominado __________. Confirmando e ampliando a formação dos latifúndios, em 1850 foi determinado por meio da __________, que terras públicas só poderiam ser adquiridas mediante compra.

a) assalariada – fumo – Bahia – parceria – Lei das Capitanias.

b) escrava – cacau – Minas Gerais – cooperação – Lei das Concessões.

c) escrava – couro – São Paulo – harmonia – Lei Imobiliária.

d) escrava – algodão – São Paulo – parceria – Lei de Terras.

e) assalariada – algodão – São Paulo – parceria – Lei de Arras.

06. (ENEM) – Constituição de 1824:

“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador (…) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (…) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”

Frei Caneca:

“O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador.”

(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)

Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era

a) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador.

b) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legislativo.

c) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.

d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.

e) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da representação política.

07. (UESPI) – A Constituição de 1824, resultante da dissolução da Assembleia Constituinte de 1823, marcou o início da institucionalização do poder monárquico no Brasil.

Essa Constituição:

a) criou o Poder Moderador de exclusividade do Imperador, o que na prática significava conceder-lhe poderes quase absolutos.

b) provocou a insatisfação em diversas províncias, estando na base da eclosão de diversas rebeliões, como a Confederação do Equador, a Sabinada e o Contestado.

c) favoreceu o reconhecimento do Brasil como nação independente, o que ocorreu sem reveses, à exceção dos Estados Unidos por conta da doutrina Monroe.

d) estabeleceu a eleição pelo voto censitário para os governadores das províncias.

e) determinou que representantes para o Senado e a Câmara seriam eleitos pelo voto direto e secreto.

08. (FUVEST) – O sistema eleitoral adotado no Império brasileiro estabelecia o voto censitário. Essa afirmação significa que:

a) o sufrágio era indireto no que se referia às eleições gerais.

b) para ser eleitor era necessário possuir determinada renda anual.

c) as eleições eram efetuadas em dois turnos sucessivos.

d) o voto não era extensivo aos analfabetos e às mulheres.

e) por ocasião das eleições, realizava-se o recenseamento geral da população. 

09. (ENEM) – A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos. K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37. 

Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que 

a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente. 

b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente. 

c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil. 

d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna. 

e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

10. (FEPECS DF) – Leio o texto a seguir:

“ O sistema criado pela carta de 1824 e calcado sobre a tradição portuguesa assume caráter próximo à oligarquia que o imperador preside. A supremacia da coroa mitiga-se por órgãos de controle saídos das entranhas monárquicas, o Senado e o Conselho de Estado, e por via de um órgão dependente da eleição, a Câmara dos Deputados.”

(Faoro, Raymundo. Os Donos do Poder. Rio de Janeiro, Ed. Globo, 1989,p. 291)

Ao outorgar a constituição de 1824, D. Pedro I instituiu um modelo absolutista ao Brasil como o texto acima evidencia nas palavras do historiador Raymundo Faoro. O modelo político imposto por D. Pedro I ao Brasil através da Carta outorgada de 1824, permitiu:

a) o equilíbrio entre os poderes constituídos do estado brasileiro;

b) a abolição do modelo escravista brasileiro;

c) a implantação do voto universal masculino restrito aos alfabetizados;

d) a eleição direta dos membros do Senado Imperial que possuíam mandato vitalício;

e) a subordinação do Poder da Igreja ao Poder do Imperador.

11. (FGV) Somente a partir de 1850 vai se observar um maior dinamismo no desenvolvimento econômico do país em geral e de suas manufaturas, em particular. O crescimento do número de empresas industriais se faria com relativa rapidez. Mas o que provocaria essas mudanças? 

(Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12) 

É correto responder à indagação afirmando que 

a) a Câmara dos Deputados aprovou medidas restritivas às importações, como a proibição da entrada de mercadorias similares às já produzidas no país, e também criou a primeira política industrial brasileira. 

b) houve a importante contribuição do fim do tráfico de escravos para o Brasil, que possibilitou a disponibilidade de capitais, além dos efeitos duradouros da agricultura, especialmente do café. 

c) a nacionalização do subsolo brasileiro, presente na Constituição imperial, impulsionou os investimentos privados na exploração mineral, conjuntamente com os incentivos governamentais na criação de estaleiros. 

d) ocorreu uma rápida modernização dos grandes engenhos de açúcar do Nordeste em função dos financiamentos ingleses e, em 1851, fundou-se um banco estatal de desenvolvimento. 

e) acertou-se com a Inglaterra a renovação dos Tratados de 1827, que ofereciam tarifas privilegiadas aos ingleses e estes, em contrapartida, proporcionavam transferência de tecnologia industrial.

12. (Mackenzie) “A partir de hoje, 15 de novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-se considerar finda a Monarquia, passando o regime francamente democrático com todas as consequências da Liberdade” Assim se referiu a manchete do jornal carioca Gazeta da Tarde, anunciando a Proclamação da República no Brasil.

Pode-se dizer que tal ato 

a) reforçou as posições conservadoras dos positivistas brasileiros, o que facilitou a ascensão do exército, como liderança do movimento, e auxiliou na decretação de um Estado em bases religiosas e federalistas.

b) resultou da conjugação de variados fatores, destacando as insatisfações de grupos militares, camadas médias urbanas e setores latifundiários com os rumos políticos e sociais do Império no Brasil. 

c) colocou fim à longa crise do Segundo Reinado, contribuindo para a emergência do populismo enquanto prática política manipuladora, voltada para a satisfação dos anseios de camadas trabalhadoras urbanas. 

d) rompeu com a legalidade da sucessão ao trono, uma vez que impediu a ascensão da princesa Isabel, como governante, causando, por sua vez, revoltas populares por todo o país. 

e) corroborou a busca pela modernização política do Brasil e mostrou-se decisivo para a elaboração de políticas governamentais de inserção dos ex-escravos no mercado de trabalho livre. 

13. (Fuvest) Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de 

a) reforma e crise do Império Português na América. 

b) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia. 

c) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional. 

d) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro. 

e) Proclamação da República e instauração da Primeira República.

14. (FGV) Durante muito tempo, o fim da escravidão no Brasil foi visto como uma concessão generosa da princesa Izabel, em 1888. Atualmente, os historiadores reconhecem o papel das lutas dos escravos pela liberdade, bem como dos diversos movimentos abolicionistas brasileiros. Foram líderes abolicionistas negros: 

a) o advogado Joaquim Nabuco, o médico Nina Rodrigues e o engenheiro André Rebouças. 

b) o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro, o engenheiro Francisco Pereira Passos e o jornalista José do Patrocínio. 

c) o médico Nina Rodrigues, o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro e o advogado Luís Gama. 

d) o engenheiro Francisco Pereira Passos, o advogado Rui Barbosa e o médico Nina Rodrigues. 

e) o advogado Luís Gama, o engenheiro André Rebouças e o jornalista José do Patrocínio.

15. (Fuvest) Fazendo um balanço econômico do Segundo Reinado, podemos afirmar que ele foi um período no qual: 

a) algumas atividades ganharam importância, como a criação do gado no Rio Grande do Sul e as lavouras de açúcar no Nordeste. 

b) o Brasil deixou de ser um país essencialmente agrário, ingressando na era da industrialização. 

c) a Amazônia passou a ter um grande destaque com o “boom”, desde 1830, da produção da borracha. 

d) ocorreram grandes transformações econômicas com as quais o centro-sul ganhou projeção em detrimento do nordeste. 

e) as diversas regiões brasileiras tiveram um crescimento econômico constante, uniforme e progressivamente integrado.